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Leão engole R$ 1,2 trilhão dos brasileiros em impostos


Data: 31 de outubro de 2011
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O painel do Impostômetro afixado na fachada do prédio da Associação Comercial de São Paulo chegou a R$ 1,2 trilhão de arrecadação, entre impostos federais, estaduais e municipais, na noite de ontem, por volta das 23 horas. A passagem da cifra ocorre 45 dias mais cedo que em 2010. A previsão da ACSP é de que até o final deste ano seja arrecado R$ 1,4 trilhão em tributos.

Segundo o presidente da ASCP e da Facesp, Rogério Amato, a qualidade de vida dos brasileiros deveria seguir o crescimento da carga tributária do País. "As pessoas precisam de bons hospitais, as crianças dependem de uma boa escola para ter formação de qualidade e o transporte tem que suprir a necessidade do cidadão. Temos que saber que somos pagadores de impostos e não contribuintes, e cobrar o retorno desse dinheiro em serviços públicos eficientes", disse.

De acordo com Gilberto Luiz do Amaral, presidente do Conselho Superior e coordenador de estudos do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), a elevação no recolhimento dos impostos é impulsionada pelo crescimento da economia no País, pela formalização de negócios, diminuição da sonegação com sistemas de fiscalização e do recebimento de tributos parcelados por meio do Programa de Recuperação Fiscal (Refis). "A alta tem relação com as características do sistema tributário brasileiro. Vários tributos incidem sobre a mesma base de cálculo."

O IBPT estima que a arrecadação nominal de impostos encerre o ano com crescimento de 16%. Descontada a inflação, a alta deverá chegar a 9% ao final de dezembro. "Se tivéssemos serviços públicos melhores, de transporte, hospitais, de educação, não teria problema algum. Isso traz, além de um elevadíssimo custo, a sensação de que o contribuinte está sendo ludibriado", diz Amaral.

Para Marcel Solimeo, economista e superintendente do Instituto de Economia Gastão Vidigal (IEGV) da ACSP, o maior problema é a forma como os recursos são aplicados pelo poder público. "As despesas continuam crescendo mais que a economia. Isso significa que você está transferindo dinheiro do setor mais eficiente, que é o privado, para setores menos eficientes". A marca, segundo Solimeo, não representa surpresa e segue o ritmo visto durante o todo o ano.

Segundo o Impostômetro, que também pode ser consultado pela internet (www.impostometro.com.br), com R$ 1,2 trilhão seria possível fornecer mais de 8,574 bilhões de bolsas família, conceder cestas básicas para toda a população brasileira por 3,763 bilhões de meses, comprar mais de 34,299 milhões de casas populares ou 44,462 milhões de carros e pagar mais de 2,202 bilhões de salários-mínimos.

O portal do Impostômetro também informa a arrecadação em diferentes períodos, como ano, mês, dia, hora e minuto. Além disso,  também é possível analisar a receita tributária por estado, município, por habitante e por imposto. O painel foi lançado em abril de 2005 pela Associação Comercial e Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). Para manifestar opinião sobre a arrecadação dos recursos, o leitor pode acessar o site www.horadeagir.com.br e registrar seu depoimento.

Diário do Comércio

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